Nos caminhos da Serra do Cipó - Parte 01

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Lapinha - Casa de D. Ana Benta

Posando para foto na Casa de
D. Ana Benta

Nossa primeira travessia em Minas Gerais não seguiu o roteiro tradicional de escolher o destino e daí preparar a logística. Desta vez, iniciamos com a compra de passagens em promoções e daí decidimos o que seria feito. Pesquisa daqui, consulta dali, escolhemos a Travessia Lapinha-Tabuleiro.

A escolha foi acertada. A Travessia Lapinha-Tabuleiro é um percurso clássico em um ambiente único - os campos rupestres da Serra do Cipó - aliado à hospitalidade mineira e aos desafios do trekking.

Chegamos no dia anterior à travessia e fomos recepcionados pelo Rodrigo Mello, da Bela Geraes, que nos levou diretamente do Aeroporto de Confins até o Distrito de Serra do Cipó (antigo Cardeal Mota), distante cerca de 70 Km e que pertence ao município de Santana do Riacho.


Ficamos hospedados nas instalações da Bela Geraes, que oferece o serviço de Bed & Breakfast. Após um merecido descanso, fomos conhecer um dos atrativos mais próximos - a Cachoeira Grande, com cerca de 10 metros de queda d´água e 60 metros de extensão. O acesso é pago e possui alguma infra-estrutura de apoio. Chegamos lá no final da tarde, quando já não havia mais ninguém e tivemos a chance de curtir um belo visual.

Cachoeira Grande, pertinho da cidade

De carro, saímos de Serra do Cipó para a sede do município de Santana do Riacho (25 km, em estrada asfaltada) e daí para o Distrito de Lapinha da Serra (mais 13 km de estrada de terra).

A Travessia conduzida por Rodrigo, começou por volta das 10:00, contornando a Lagoa da Lapinha, formada pelo represamento do córrego Riachinho, pela usina Coronel Américo Teixeira. Cerca de meia hora de caminhada e já enfrentamos as primeiras subidas na Serra do Breu.

Após as primeiras subidas, a visão da Lagoa da Lapinha, com a cidade ao fundo
	Foto de Rodrigo Mello

Pode ajudar na orientação

Pouco a pouco, vamos conhecendo as peculiaridades da região, como por exemplo as "lapas" que parecem brotar do solo e apontam sempre para o sudoeste. Na verdade, são o resultado de movimentos geológicos que resultaram na fratura das camadas superficiais e que depois foram preenchidas com sedimentos ao longo do tempo, como nos explicou nosso condutor.


Ou ainda... saber que a qualidade do ar da região é excelente devido à ocorrência de líquens de cor laranja, um bioindicador.

Antes de chegar a nosso destino no 1o. dia, paramos para tomar um banho bem gelado no Rio Parauninha - ótimo para aliviar a musculatura. A partir daí, o tempo fechou e caminhamos sob uma chuva leve e persistente até chegar à casa de D. Ana Benta.

Banho no Rio Parauninha
Foto de Rodrigo Mello

A hospedagem em casa de moradores é sempre um capítulo à parte. É uma experiência muito legal poder conviver, ainda que por pouco tempo, com os hábitos, sotaques, histórias e a simplicidade de quem vive com pouco, mas vive em paz e tem à disposição paisagens belíssimas ao seu redor.

D. Ana Benta, já com mais de 80 anos, já estava com a comida em um dos dois fogões a lenha da casa. Locais deliciosos para prosear e aquecer o corpo que acabara de sair da chuva. Enquanto ouvíamos as conversas, um café quentinho (plantado, colhido e torrado no local) e umas macaxeiras fritas de entrada. Tudo com o tempero da hospitalidade.

A casa e seu "quintal" magnífico	D. Ana Benta preparando o jantar
	Um precioso café, coado na hora

Veja no próximo post a ida até a casa de Seu Zé de Olinta...