quarta-feira, 25 de maio de 2011

Percepção de risco

Alguém fazendo alongamento no topo 
da Pedra do Bauzinho 
A norma NBR 15331:2005 (Turismo de aventura — Sistema de gestão da segurança  - Requisitos) define risco como sendo a "combinação da probabilidade da ocorrência de determinado evento e da(s) sua(s) conseqüência(s)". Esta definição está intimamente ligada ao próprio conceito de Turismo de Aventura



Ok, mas se considerarmos que grande parte de nossas decisões são influenciadas pela percepção que temos dos riscos envolvidos, aí o tema se torna ao mesmo complexo e desafiador.

Pense por um momento: o que faz com que um escalador, já perto do cume de uma montanha, desista de continuar por temer as consequências de um clima ruim, mesmo tendo condições físicas de fazê-lo? O que o leva a abrir mão da satisfação pessoal, do reconhecimento e do retorno de todo o investimento feito para chegar até ali? ou, por outro lado, o que leva um turista comum a se lançar em um bungge jump?


Para tentar entender a percepção de riscos, muitos estudos já foram realizados em diferentes áreas de conhecimento, a partir dos estudos pioneiros de Chauncey Starr, no final da década de 1960 [1] . Numa visão rápida, sem nenhuma pretensão de sermos exaustivos, podemos mencionar os seguintes fatores psicológicos que influenciam a percepção de risco por parte das pessoas:

- Imediaticidade dos efeitos, isto é, a extensão na qual o risco possui efeitos imediatos ou a longo prazo. Tende-se a minimizar a importância de efeitos de longo prazo. Assim, um risco de queda é muito mais valorizado que o risco de uma lesão por esforços repetitivos
- Novidade: as atividades e riscos associados são novos ou antigos? Há uma maior probabilidade de valorizar riscos novos - riscos associados a um novo tipo de equipamento, por exemplo
- Conhecimento e familiaridade das pessoas expostas sobre os riscos. Novatos em uma atividade tendem a supervalorizar ou subestimar os riscos a ela associados e o desconhecimento é um fator que acentua as preocupações, daí um dos motivos para as informações preliminares aos participantes das atividades de aventura.
Controle - O fato de as pessoas participarem diretamente não do gerenciamento dos riscos envolvidos.
- Severidade das conseqüências - Obviamente, quanto maior a percepção dos efeitos que um acidente pode causar, maior a percepção sobre o risco

Desta forma, uma boa estratégia de gerenciamento de risco para as atividades de aventura deve levar em conta estes e outros fatores, de forma a influenciar o comportamento dos envolvidos para a execução segura das atividades.

"O olho vê somente o que a mente está preparada para compreender."
(Henri Bergson)

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